A cirurgia do nariz, denominada rinoplastia, é um dos procedimentos em Cirurgia Plástica que mais exige perícia e técnica do cirurgião e, além disso, devido a sua posição na zona central da face, pequeníssimas diferenças separam o resultado bonito, natural e harmonioso, do aspecto artificial, de nariz operado.
O nariz artificial geralmente é o resultado da falta de sintonia entre o formato do nariz e do restante do rosto que o circunda, um exemplo, uma pessoa com o rosto muito quadrado, com queixo e mandíbula expressivos, não pode ter um nariz extremamente afilado, caso aconteça, isso causa estranheza ao olhar, mesmo que isoladamente o nariz esteja bem feito, ele não combina com o resto da face. Existem também os casos onde o nariz foi mal operado, apresentando-se muito arrebitado ou muito curto por exemplo.
Atualmente, discute-se muito a questão da estética x função. O que queremos dizer com isso é que o nariz é um órgão cuja função primária é a respiração, ser bonito ou não é uma questão secundária e nas novas técnicas de rinoplastia tudo que puder ser feito para que o nariz tenha um formato belo e agradável será feito, desde que a função respiratória não seja comprometida, afinal, para que um nariz perfeito se você não consegue respirar com ele?
A rinoplastia traz grande satisfação para o paciente, uma vez que se pode fazer grandes modificações através de incisões mínimas, imperceptíveis no pós-operatório tardio, conferindo-lhe um tom de arte.
Quase todo tipo de alterações pode ser feita, desde que se respeite o equilíbrio entre a estética e a função respiratória. algumas delas seriam:
Todas essas alterações são realizadas respeitando sempre a função respiratória nasal e também a harmonia facial como um todo
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Em casos mais simples, onde poucas modificações são necessárias, as cicatrizes se situam dentro das narinas e não são aparentes. Em outros casos, os mais complexos, onde é preciso fazer uma verdadeira reestruturação nasal, são feitas as mesmas incisões por dentro das narinas e uma na columela (a região que divide as narinas). Entretanto, esta última cicatriz costuma ser de excelente qualidade e após 6 meses é difícil até para nós cirurgiões determinamos sua localização exata.
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A Rinoplastia redutora foi a primeira técnica desenvolvida para a cirurgia de nariz há mais de 100 anos. Com o passar do tempo, os cirurgiões e pacientes começaram a perceber que os resultados se modificavam com o passar dos anos, o nariz que tinha ficado empinado, caía de novo, imperfeições apareciam sob a pele, alguns pacientes desenvolviam dificuldades na respiração, justamente porque não se estruturava o nariz, como uma casa que é construída com fundações ruins, sem colunas suficientes, sem ferro. Com o tempo a casa vai desmoronando.
Na década de 80, começaram a aparecer novas técnicas que visavam evitar isso, as cartilagens antes eram descartadas na antiga técnica redutora, eram aproveitadas como colunas e vigas de sustentação e estruturação para o novo nariz.
Desse modo, o resultado era duradouro, além disso, melhorava a respiração em pacientes que tinham algum tipo de obstrução nasal. A técnica estruturada provou ser ao longo desses últimos 40 anos superior à técnica redutora. Todo cirurgião plástico que opera nariz hoje em dia, deve fazer a rinoplastia estruturada, sempre.
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Sim. É muito comum realizarmos a septoplastia junto com a rinoplastia.
Mas devemos ressaltar que nem todos os distúrbios de respiração são causados pelo desvio de septo. Pode ser que o septo seja corrigido e nada mude na respiração, outros fatores como a anatomia da cavidade orofaríngea e uma certa fraqueza dos músculos da garganta podem ser os principais responsáveis, como ocorre nos pacientes chamados de respiradores bucais.
Nesses casos uma abordagem mais completa com tratamento complementar com fisioterapia e fonoaudiologia oferecem bons resultados.
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Isso é bastante relativo. Em 90 dias, o edema já desapareceu significativamente e com 6 meses a região está praticamente normal, no entanto, dependendo do tipo de pele do paciente, o resultado final só é alcançado com 12 a 18 meses. Naqueles com a pele mais fina e pouco oleosa, o aspecto final é visto antes de 1 ano, já em outros com a pele mais grossa e oleosa, pode chegar até 2 a 3 anos.
Uma comparação que gostamos de fazer é a seguinte: imagine os ossos e cartilagens do nariz como se fossem uma cadeira. Se jogarmos um lençol fino sobre ela, assumirá a forma da cadeira imediatamente, mas se cobrirmos a cadeira com um tapete (pele grossa), não veremos o formato da cadeira de imediato, demorará muitos meses até que o tapete ceda e assuma o formato da cadeira.
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Em geral, é feita anestesia geral. em alguns casos mais simples, pode ser feita apenas anestesia local e sedação, mas não é a regra. Normalmente, o paciente é internado horas antes da cirurgia e tem alta no dia seguinte pela manhã ou no início da tarde.
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No 1° dia de pós-operatório, a região nasal apresenta-se bastante edemaciada e com hematomas e há também dificuldade de respiração através do nariz, devido ao edema, é como se estivesse com o nariz entupido. Pode ocorrer um leve sangramento, que é resolvido facilmente com compressão local e compressas frias. No 2° dia a respiração pelo nariz está muito melhor, a qual se normaliza entre 4 a 5 dias. Após 2 semanas, os hematomas já desapareceram, mas ainda há algum edema.
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A dor é muito leve e na grande maioria dos pacientes o uso de analgésicos vai até o 3° ou 4° dia no máximo.
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O paciente permanece com um curativo de micropore colocado diretamente sobre a pele, que é trocado semanalmente pelo próprio médico. Sobre ele, uma proteção de aquaplast é fixada, esta é retirada definitivamente após 2 semanas (também é removida para os banhos e troca do micropore). O curativo com micropore é feito até 3 semanas.
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Qualquer cicatriz, sendo de Cirurgia Plástica ou não, não deve ser exposta ao sol precocemente, sob o risco de ficar hiperpigmentada, mas escura que a pele normal. A rigor, o período sem Sol é de 90 dias, mas esse prazo é avaliado caso a caso. Quando for sair de casa procure usar sempre protetor solar no local da cirurgia e um chapéu ou boné.
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Nos primeiros 7 dias o ideal é não sair de casa, mas dentro de casa pode se locomover normalmente. Para voltar a trabalhar ou estudar somente após 10 a 15 dias, desde que seja um trabalho que não exija esforço físico ou que passe muito tempo em áreas externas, exposto ao calor e sol.
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As principais complicações da rinoplastia são as assimetrias e os resultados não desejados.
Por isso, antes da cirurgia, um estudo minucioso deve ser feito, visando não somente um nariz belo, mas também que seja harmônico com a face como um todo. Desse modo, deve-se tentar esclarecer tudo o que for possível nas consultas médicas, para que consigamos entrar em sintonia com os desejos do paciente, tentando entender o que ele espera da cirurgia, equilibrando a expectativa com a realidade sem falsas ilusões e para que se estabeleça uma relação de confiança entre médico e paciente.
Em alguns casos, a cicatrização foge dos padrões esperados e assimetrias podem aparecer por melhor que tenha sido a cirurgia e os cuidados pós-operatórios, principalmente em fumantes. Nessas situações, revisões cirúrgicas podem ser necessárias em um segundo tempo momento.